Ailaife Blog [2004-2014]
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Não, não sou estranho [2018- ]
Uma rapidinha
De regresso a casa após um dia de trabalho e a caminho da estação para apanhar o comboio (transporte rápido, prático e barato) apercebo-me que à entrada da estação, sentado no chão, está um homem (novo… pelo menos mais novo que eu) com uma pequena caixa e um bocado de papel com a seguinte inscrição: “Tenho fome”.
Que existem pedintes por esta cidade, não é novidade…que todos eles usam e abusam de todos os truques (porque não dizer marketing) para conseguir a “esmolinha” também já não é novidade, agora este “esfomeado” a pedir esmola de cigarro e maço de tabaco na mão… Mas enfim, lá deixei o esfomeado no seu canto.O comboio estava na hora de partir.
Durante toda a viagem fui a “falar” com os meus botões… somos mesmo um país de contrastes… homens novos de cigarro na mão a pedir esmola; Idosos que mereciam uma reforma digna e viverem com alguma qualidade, ainda a trabalhar porque o dinheiro não chega; Escolas com turmas com lotação acima do aceitável e…. professores no desemprego; Estádios novos de futebol e… escolas básicas sem um ginásio para os alunos praticarem desporto quando chove e as aulas de ginástica não podem ser dadas no recreio…Enfim, conversa da treta com os meus botões que raramente dão resposta a estas questões.
Rapidinha?...Foi o que me veio à cabeça …é que está na hora do descanso.
[Pouco ou nada mudou. O pedinte deu lugar a outros... e eu já estou aposentado]
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[02/20]
Coronel Pacheco
Não sei se este coronel foi ou não um valente… confesso que nunca me dei ao cuidado de saber quem foi ou o que fez para merecer o seu nome numa praça. Me perdoem os historiadores e amantes desta cidade. No entanto, jamais esquecerei a Praça de nome Coronel Pacheco. Nessa praça fui bebé, menino, criança, adolescente… fui jogador de bola, cowboy, índio, policia e ás vezes ladrão, fui ciclista, vencedor de corridas de atletismo, chorei, caí, esmurrei nariz (os joelhos metiam sempre dó) fiz cascatas na altura dos santos populares (tostãozinho pró S.João) marquei encontros para as primeiras saídas. Por essa praça passava a caminho das aulas (depois de um dia de trabalho), por essa praça ficava ás vezes à noitinha nas noites de sábado vendo as estrelas, a conversar com os amigos, cresci…nessa mesma praça hoje vejo o meu filho depois de ter tirado a carta de condução a estacionar o meu carro. São agradáveis estas recordações as brincadeiras de altura…mãos ao ar e 3 passos, quem me livra, prego, pião, escondidinhas, sameirinha, vira, nem mais um, bola de pano (a minha mãe era sempre a “vitima” por causa das meias). O arco, o futebol…grandes campeonatos naquele parque, grandes jogadores e apreciadores da bola por ali começaram e passaram (o “Carlitos” hoje treinador do Rio Ave foi um deles). Patins… como havia só um par e muitos pretendentes a dar uma voltinha só andávamos com um…em cada pé… assim dava para todos. Quando chegava a loucura do ciclismo e não havia bicicletas havia que improvisar… fazíamos um volante de bicicleta em arame e corríamos com aquilo na mão… em grandes sprintes a imitar os ídolos da altura.
Mas gozo, gozo que superava todas as brincadeiras mencionadas (e outras tantas) era a “aventura” de fugir da polícia! Todos estes acontecimentos na praça do Coronel Pacheco aconteceram sempre nas “barbas” da polícia…com esquadra na praça (ainda hoje existe). Já sabíamos os turnos, as horas das rondas… eles sabiam quem nós éramos e aonde morávamos. Para mostrar serviço e ás vezes estragar um joguito ou outra brincadeira (com a polícia não se “brincava”) lá apareciam uma vez por outra…vinham pela esquerda, rodavam a praça pelo lado da faculdade de engenharia, colégio Almeida Garret… qual quê… muito antes disso já o “nosso vigia” alertava: “olha a moina”… era um gozo…acho que também eles (os policias) gostavam daquelas fugas/perseguições… fugíamos quase sempre pela Rua do Mirante (ninguém fugia para casa que era ali ao lado), dávamos algum tempo para o polícia dar a volta completa ao parque e lá regressávamos novamente à brincadeira.
Claro que houve um dia que a coisa não correu tão bem como habitualmente… o polícia era novo, não tinha barriga e decidiu também “brincar” um pouco… decidiu dar a volta ao contrário, em hora diferente… claro que tudo isto originou uma interrupção de um grande jogo de bola (que nunca se acabou) e numa grande correria pela rua do Mirante abaixo… houve mesmo quem só parasse na Rua Miguel Bombarda enquanto outros só pararam mesmo em casa. Mas no outro dia lá estávamos outra vez.
São agradáveis estas recordações…histórias sem fim…a Alfaiataria Alexandre, o Posto da Caixa (raios x) a Encadernação, a Mercearia da D. Ivone (picolés de groselha que deixavam a boca pintada de vermelho) a Esquadra (claro) a Garagem que dava para a rua dos Bragas, a Escola Primária do Mirante (nas traseiras da Igreja Evangélica com o mesmo nome) com a professora D. Sofia e as suas 4 turmas (!) da 1ª à 4ª classe, a Faculdade de Engenharia o Colégio Almeida Garret…histórias, saberes, desgostos, alegrias, tristezas, gente que nos viu crescer (alguns já partiram) mas que acima de tudo ainda hoje (já lá não moro) não esqueço. Fazem parte do meu crescimento, da minha aprendizagem, do meu viver… fazem parte das minhas recordações…recordar é viver. Obrigado Coronel Pacheco.
[A referida praça ainda existe, assim como as recordações. Pouco mais...]
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[03/20]
Sons, Loucuras e Cheiros
O cartão de ponto acabou de passar pelo leitor…xau até amanhã. Queres boleia?... Não obrigada, vou directo para casa.
Buzinas…carros impacientes (condutores) em filas de trânsito… até amanhã, boa viagem. O autocarro passa com cuidado no cruzamento… há pessoas na passadeira e um bebé chora ao colo da mãe. A rua está mais sossegada agora que as obras acabaram. Um miúdo acelera na sua bicicleta (acho que vai dar com o nariz no chão) e um casal corre para apanhar transporte…não chegaram a tempo. O silêncio é maior.
A estação, o túnel…próxima paragem. As caras do costume, os penteados, o gel no cabelo, o baton, a saia, o decote (o bom tempo “despe” o pessoal) … um velhote tenta acender o cigarro, as prostitutas na esquina do costume…a pastelaria ainda tem bolos na montra… é tempo de gelados… os dias estão mais quentes.
Bate a porta…bate o coração…tic tac do relógio… a luz ficou ligada, malandros, e os chinelos ficaram no meio da sala.
Mais um dia, outro virá…o relógio precisa de corda…parado só está certo duas vezes por dia.
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[04/20]
25 de Abril sempre!
Desço as escadas em direcção à rua. A saca do pão e o dinheiro estavam como sempre, pousadas na mesa da cozinha…a minha irmã e a minha mãe ainda dormem. Entretanto, fiz a cama e abri a janela do quarto…estava um dia lindo e o sol começava a entrar pelo quarto.
Vou em direcção à padaria perto da minha casa. Achei algo estranha a cara do empregado e algumas pessoas com que me cruzei pela rua.
Berto, Berto…vem cá depressa, disse ele numa voz firme.
Houve um golpe de estado (fechei a porta do quarto)
O quê? Pergunto eu já sentado aos pés da cama dele.
Houve um golpe de estado. Tem cuidado na rua. Vai como se nada tivesse acontecido, mas mantêm-te atento. Vai com calma para o trabalho e não faças comentários em voz alta até teres a certeza…a certeza que finalmente chegou o dia, o grande dia da Liberdade.
Abraçou-me como nunca tinha feito e baixinho disse: Acho que chegou o grande dia! Vai para o trabalho, eu falo com a tua mãe.
E lá fui. Saí de casa a pensar na conversa e nos conselhos do meu avô, meu ídolo e companheiro de longas horas a ouvir, ás escondidas da minha mãe, a Voz de Portugal Livre. Muitas vezes deu uma “mãozinha” no jornal clandestino do movimento associativo ao qual eu pertencia e que a minha mãe nunca soube. Já na rua, reparo que os polícias da esquadra de Coronel Pacheco estão todos cá fora. Desço em direcção à Praça (trabalhava na Rua Mouzinho da Silveira) tomando o caminho da Rua José Falcão e depois Rua de Ceuta. Aqui, tive o meu primeiro susto. Várias pessoas a correr e diversos veículos militares a circularem. As minhas pernas tremeram e só as palavras do meu avô, ainda na minha cabeça, deram forças para prosseguir o meu caminho em direcção à Avenida dos Aliados. Não consigo passar devido a uma barreira de carros da policia. “Latas de nívea com merda lá dentro” era como chamávamos na altura. Vou pela Rua do Almada mas perto do Banco de Portugal sou outra vez impedido de prosseguir. Digo que vou trabalhar…olham para mim…acham que sou inofensivo e lá me deixam passar em direcção à Rua Mouzinho da Silveira.
Hoje, ainda sinto o abraço do meu avô quando ao final do dia o encontrei na rua. Na altura com um sorriso enorme, dizia que finalmente tinha acabado a opressão, a ditadura, a perseguição, os presos políticos…o bilhete de identidade com anotação, a vermelho, do motivo pelo qual tinha estado preso…finalmente, o fim dos “bufos” nas escolas, nos empregos, no dia a dia…finalmente o fim da ditadura. Finalmente a Liberdade.
Foi assim que eu vi e senti o dia 25 de Abril de 1974.
25 de Abril sempre!
[O original deste texto foi publicado pela primeira vez na net, no ailaife blog, no 31º aniversário do 25 de Abril.]
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[05/20]
No céu
Como uma bailarina
elegante, cristalina,
ao meu encontro caminhas,
lentamente… meiga.
Estendo a mão num toque
de alegria,
sensualidade e paixão.
Ritmados nos envolvemos
numa dança,
como se da última se tratasse,
suavemente…
O palco não chega
e depressa,
transbordamos para o exterior,
com beleza e rigor,
à chuva…ao sol…ao vento…
Ambos vestidos de branco
envoltos em mística azul
e perfume intenso.
O céu espera por nós.
No céu estamos nós
Hoje e sempre.
[Celebração do Dia Mundial da Dança, 29Abr]
Dança, canta, alegra-te.]
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Na esplanada do rio
Volto à esplanada, à jovem da tatuagem, ao pai que embala o bebé deitado no seu carrinho, ao turista que olha para os postais ilustrados e um grupo de amigos que dão um gargalhada enorme depois de lerem uma sms num dos telemóveis. Um idoso pousa a sua bengala e procura a posição para se sentar. Pede delicadamente ao empregado, um café em chávena aquecida.
No rio a embarcação continua a deslizar agora mais próxima da margem. Nas chaminés ainda há vestígios dos ninhos das cegonhas. É bom voltar, o desejo de regressar e por aqui ficar.
Os cheiros, os paladares, a sensualidade de quem passa, não fica, mas deixa no ar um sorriso numa tarde de sol…na esplanada do rio.
Sai mais uma água fresca com limão.
[... passados tantos anos, continua a ser a "minha esplanada". Até breve]
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Um passeio
Acabo de fechar a porta de casa. Desço as escadas e estou cá fora com um sol, maravilhoso. Tenho um desejo enorme de ir pela linha do comboio mas, as obras na nova estação impedem que realize tal gostinho.
[Um pequeno passeio que ainda hoje gosto de fazer]
[08/20]
Agosto, gelados e não só
O mês por excelência de férias. Mês de praia, de campo, de passeios, do regresso dos emigrantes. Um mês que me dá sempre a sensação que a cidade pára…os “putos“ estão em casa, não há aulas, uma grande parte das empresas fecham para férias (algumas de vez)…resumindo: o País está mesmo 'a banhos.
Agosto é mês de férias…viagem…partida, regresso…ás vezes incerto. Férias, início, fim ou simplesmente a precisar de férias é sem dúvida o tema da maior parte dos blogs que visito…outros nem actualizados são há muito…afinal férias são férias !
Eu por aqui vou andando, ficando e sonhando…muita coisa para fazer até Setembro.
À noitinha quem me quiser encontrar lá estarei uma vez por outra na nossa marginal…perdido naquelas esplanadas…ás vezes um saltinho à minha gelataria preferida (sou geladÓmaniaco), de mãos dadas com a minha companhia, como dois putos adolescentes ...
Agosto é mesmo assim. É preciso ter cuidado com a estrada… atenção quem vai viajar…atenção à praia ao sol e não só…há mar e mar…é preciso ir de férias e voltar.
[09/20]
Não, não vou falar de incêndios nem dos imputáveis que por aí andam, quando nesta altura deviam ser todos metidos na casa amarela. Porque não? Iam de “férias” uns tempos e poupávamos milhões de euros. Mas, não é disso que vou falar porque não faltam na blogosfera, artigos de grande qualidade relacionados com o assunto.
Isto a propósito de…? Deixa cá ver…já sei, estive a dar uma arrumação aos meus discos e para não ser sempre “vira o disco e toca o mesmo” decidi colocar a tocar o lado B... o meu e dos discos.
[10/20]
Sim sou eu, espreitem mais uma vez
Vou nas asas de um sonho
Ao som da minha música preferida
Não paro, não quero parar
A não ser à vossa porta
Aqui vou eu neste salto atlântico
Estás aí?
Espera por mim
Está frio mas sabe bem o vento a bater na cara
Espreitem à vossa janela
Eu sou aquele de lenço ao pescoço
Ar malandro, alegre,
As botas são pretas
A camisola bem quentinha é cinzenta
E o gorro na cabeça é para proteger do frio
Esse, esse mesmo….abre a porta
Está frio
Eu levo algo para aquecer
A minha amizade
O meu sorriso
A minha alegria
O meu abraço
As minhas asas…para voar
Aonde vamos agora?
[Ainda sou e continuarei a ser...]
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[11/20]
Gosto
Gosto de batatas fritas dentro do pão, chocolate negro e morangos (não liguem à ordem);
Gosto de mulheres bonitas;
Gosto de cinema, música, dançar;
Gosto de namorar, cozinhar (de preferência se disserem o que querem comer), aspirar e passar a ferro (não interessa a ordem);
Gosto de vinho maduro, água fresca, sumo de laranja e chá gelado;
Gosto das minhas aulas de hidroginástica, cardio, musculação e natação;
Gosto de uma boa francesinha, gelados e de pataniscas de bacalhau;
Gosto de banana com marmelada, requeijão com doce de abóbora, sopa de feijão vermelho e açucar amarelo no pão barrado com manteiga; J
Gosto de cerveja, maçã assada, do pessoal do INEM, médicos, enfermeiros e todos os colaboradores do HSA/cardiologia (já vos disse para não darem importância à ordem…);
Gosto de Vocês;
Gosto dos meus filhos, das minhas sobrinhas (lindas, lindas!), dos meus primos/primas e da minha família em geral (ahahahahah);
Gosto de ser como sou, da vida e de viver (mesmo que a crise do … caraças, me tenha tirado qualidade e nível de vida);
Gosto de decotes J J, praia, espaços verdes, mar, montanha;
Gosto de velas aromáticas, ambientes sensuais;
Gosto do som do silêncio, estar sozinho (ás vezes), campismo e um bom quarto de hotel;
Gosto de mergulhar no mar completamente nú e fazer nudismo (fora da zona dos “suricates”);
Gosto quando me dizem «tens uns olhos muito bonitos» (ihihihihihihihi); J
Gosto da minha maluqueira, de ler, escrever;
Gosto de não fazer nada, de me perder por pedaços de mau caminho (tartes de morango… por exemplo);
Gosto de homeopatia, terapia convencional e tradicional (desde que ande por cá mais uns tempos, vale tudo);
Gosto do meu coração;
Gosto de me sentir bem;
Gosto dos meus amigos (os mais jovens, da minha geração e os mais velhos)
Gosto!
[... e continuo a gostar, passados estes anos]
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[12/20]
Tentações e confusões
Existem meses no ano que são muito complicados em termos calóricos… são aniversários, datas especiais e afins. Claro que não são precisas desculpas para comer, beber, estar com amigos e família, mas em certos meses, é como costumo dizer, uma grande tentação… e eu adoro tentações.
Logo à chegada fui confundido (?) com determinado personagem que dá umas dicas em programas televisivos (só que não o faz gratuitamente), e como não chegava de confusões, ainda apareceu alguém que perguntou: «desculpe, por acaso não é o ‘aflores’ dos blogues?» Ó meu Deus! Isto promete, isto promete…
Claro que não lhes disse que tenho um irmão gémeo, o tal das conquilhas no Algarve, o mesmo das aulas de Kizomba, de tiro aos pratos, anarquista ferrenho, que atira telemóveis aos bois, adora chá e tem olhos verdes!😂
[ ainda hoje ...]😂😂😂
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[13/20]
Dia Mundial do Coração
Um carro, independentemente do preço, não anda se:
- Não tiver gasolina,
- Não tiver rodas,
- Não tiver bateria,
- …em alguns modelos mais recentes, se tiver um “chipezito” avariado, também não anda.
Enfim, são muitas as hipóteses que podem levar uma viatura a não prosseguir a sua marcha.
Hoje, Dia Mundial do Coração, lembro que todos nós possuímos uma “pequena peça” que permanentemente está a trabalhar e que nem sempre a tratamos como deve ser.
Pela vossa saúde, cuidem do vosso coração!
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[14/20]
A boca no trombone
[A propósito de manif's]...
Quem vai à guerra dá e leva e como eu costumo dizer, «as perguntas nunca são indiscretas, as respostas sim, podem ou não, ser», por isso… dá-lhe!
Fui habituado (educado) a respeitar e a conviver com a opinião dos outros; Fui habituado a respeitar uma crítica e a conviver com pessoas de opinião e maneira de estar diferente. No entanto, não gosto de levar uma bofetada e dar a outra face; Não sou obrigado a respeitar quem não me respeita; Por outras palavras e como costumo dizer «não sou Madre Teresa nem Padre da paróquia, muito menos saco de boxe».
Não posso alinhar em manifestações de protesto pela situação actual, de forma cívica, educada e ordeira. Não posso, não quero e não devo. Porquê?
Como posso respeitar uma política e políticos que não me respeitam?
Como posso respeitar, esta CAMBADA que tornam a vida da maioria do Povo uma tortura?
Como posso respeitar quem nos vende ao estrangeiro e ao grande interesse do capital/mercado e nos coloca de joelhos, subjugados durante décadas e décadas?
Não posso, não quero, não devo.
Chamem-me para pegar em armas, com tudo que tiver à mão, nem que sejam as pedras da calçada, e expressar de forma violenta e firme o meu (nosso) descontentamento. “Eles” não merecem o meu (nosso) respeito e civismo.
Até lá… vamos brincando ás novelas, ás eleições, ás coligações (e todo o resto acabado em… ões), e talvez o tempo, o cansaço, a idade ou a morte, apague este meu lado B que numa tarde chuvosa, mais fresca e ao correr do teclado, colocou a boca no trombone.
[Ainda hoje muito actual ... ]
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[15/20]
Entrei solteiro e saí noivo
No meio da sala estava uma miúda que eu conhecia e que dançava muito bem. Não era muito habitual aparecer nos bailes, e quando aparecia era quase sempre acompanhada pela família (controladora).
Raramente apareces…
E quando apareço quase não me ligas nenhuma, chego mesmo a pensar que me ignoras…
Deixa-te disso e dança…
Eu danço, eu danço sempre que quiseres…
E vê se não me calcas…
Eu consigo dançar e conversar ao mesmo tempo…
Está bem. Mas agora dança, depois conversa.
É caso para dizer que entrei no baile solteiro e saí noivo, e dava início aos dois anos mais loucos de toda a minha existência.
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Não, não sou estranho [2018- ]
@_aflores
E cá estou eu para dizer que conheci o selo imediatamente. Ailaife é único, penso. E o Flores "pequenino" vai rumar nos textos. Espero que um deles seja uma ponte entre corações de amizade.
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